Summary
O sonho
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O sonho (Primavera De Oliveira)
Acordou assustada, olhou para o relógio ao lado eram cinco horas e vinte e dois minutos. Encostou novamente sobre seu travesseiro. O segredo consumia sua noite e todos os seus sonhos amaldiçoados. Levantou e foi tomar um copo d’água. Cuspiu rapidamente na pia, o gosto do desprezo amargava na sua boca, as entranhas. A respiração ficou ofegante, olhou por um momento a cortina, que levemente balançava como uma dançarina decadente.
Ascendeu a luz ainda ofegante e sobre seu peito duas apunhaladas atravessaram sua carne até atingir seu coração. Era seu colega de trabalho, e agora ninguém saberia o nome do assassino de sua amiga. A noite anterior tinha sido envolvente, depois cada um tomaram destinos diferentes. Ela tinha desistido de sua nova conquista e foi para casa tomar uma última bebida. Seus amigos pegaram um táxi, ainda deu tempo de vê-los cambaleando quando entraram no automóvel.
De repente um grito ecoou pelo quarto, acordou assustada devido ao pesadelo. Respirou com calma, agora aliviada, olhou para o chão e nele os corpos de seus amigos. A noite tinha sido muito envolvente, sobre a mesa restos de comprimidos, copos vazios, a lâmina suja de sangue, sobre o chão seus dois amores gastos e despedaçados. E em cima do guarda roupa, algumas malas para a recém viagem de Isabel. (Primavera De Oliveira)
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